Fim da lua de mel: China fecha as cortinas para o cinema americano
- por REDAÇÃO
- há 6 dias
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Medida é vista como retaliação direta ao aumento das tarifas americanas para 145%.
Publicado por REDAÇÃO

Créditos: Reprodução com IA - Donald Trump
A guerra tarifária entre Estados Unidos e China ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira, 10 de abril de 2025, com o anúncio da redução imediata da entrada de filmes norte-americanos no mercado chinês. A decisão foi oficializada pela Administração Nacional de Cinema da China, que afirmou estar atendendo às "regras de mercado" e às "preferências do público local".
A medida ocorre poucos dias após o presidente Donald Trump anunciar um novo aumento nas tarifas sobre produtos chineses, que passaram de 125% para 145%, incluindo um acréscimo de 20% justificado por ações contra o tráfico de fentanil. A resposta chinesa mira um dos símbolos mais influentes da cultura americana: a indústria cinematográfica.
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Apesar de o país já impor restrições históricas à exibição de filmes estrangeiros — com limite de até 34 lançamentos por ano —, a maioria dessas vagas vinha sendo ocupada por produções de Hollywood. No entanto, esse domínio vem caindo. Atualmente, filmes dos EUA representam cerca de 5% da arrecadação total das bilheteiras chinesas, uma queda acentuada se comparada à década anterior.
Outro fator que desestimula os estúdios americanos é a baixa fatia de receita que recebem na China: apenas 25% da bilheteria local. Em outros mercados internacionais, esse percentual chega a 50%.
Mesmo diante desse cenário, alguns títulos conseguiram se destacar. O filme de maior bilheteria entre os americanos na China em 2024 foi Godzilla x Kong: O Novo Império, que arrecadou aproximadamente 957 milhões de yuans (cerca de US$ 132 milhões). Outros destaques foram Alien: Romulus (com cerca de US$ 73,7 milhões), Kung Fu Panda 4, Meu Malvado Favorito 4, Duna 2 e Divertida Mente 2, que variaram entre US$ 48 a 56 milhões.
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Ainda assim, produções chinesas dominaram o ranking anual de bilheteria, ocupando as principais posições e respondendo por cerca de 80% da receita total desde 2020. O movimento do governo reforça o foco em fortalecer a indústria nacional e consolidar sua influência cultural, ao mesmo tempo em que limita o alcance de conteúdos estrangeiros.
Especialistas alertam para os efeitos duradouros dessa nova fase da disputa. O bloqueio parcial de conteúdos americanos, somado às tarifas comerciais elevadas, pode gerar impactos significativos na indústria do entretenimento global, com repercussões não apenas econômicas, mas também diplomáticas e culturais.
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